“O Dunga comentarista era ponderado”, diz Silvio Luiz O atual técnico da seleção foi comentarista na Copa de 2006 ao lado do narrador

Hoje alvo dos comentaristas e repórteres no posto de técnico da seleção brasileira, Dunga já esteve do outro lado do balcão. Na Copa de 2006, ele foi comentarista da BandSports na transmissão dos jogos do Brasil, e mostrava um comportamento bem diferente do atual, na visão do então companheiro de trabalho Sílvio Luiz.

O veterano narrador, hoje trabalhando na RedeTV!, contou ao R7 que o Dunga comentarista era uma pessoa tranquila e ponderada, “muito diferente do que ele é hoje”.

- Ele era um cara cumpridor dos horários, ponderado. Dividia o almoço com a gente, caminhava comigo 40 minutos toda manhã. Trocava ideias, dava risada, viajava de Kombi, era um companheiro 100%.

Neste domingo (20), na entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 sobre a Costa do Marfim, Dunga fez ofensas ao jornalista Alex Escobar, da rede Globo, em voz baixa, fora do microfone, entre uma pergunta e outra. A emissora rebateu com um editorial no Fantástico, reclamando da “grosseria” do treinador.

Sílvio Luiz contou que, durante seu período de convivência com Dunga, não chegou a notar nenhum tipo de ressentimento com a imprensa pelo uso do termo “era Dunga” – como ficou conhecido o período da seleção eliminada da Copa de 1990 pela Argentina.

- Dunga se sentia orgulhoso de fazer parte da imprensa, porque ele aprendeu muita coisa com a gente. Estou estranhando muito essa atitude dele, dentro daquilo que eu analisei, mas não posso julgar o caso porque eu não conheço o outro lado da medalha. Não sei o que o Escobar fez para ele, se é sistemática a coisa.

O narrador, no entanto, acredita que o sentimento do técnico é compreensível, por conta das inúmeras críticas que recebeu.

- Não que eu ache que ele é um cara vingativo, nunca percebi isso nele, mas ele tomou tanta porrada de tanta gente, de tanto lado, tudo o que ele fazia estava errado, e agora as coisas que ele está fazendo estão dando certo , ele está dando o troco. Nós, jornalistas, temos a mania de achar que a gente é dono da verdade. Nós temos a possibilidade de falar sempre contra alguém, e esse alguém não tem a possibilidade de retrucar o que a gente fala e escreve. No fim, acaba dando nisso aí.


fonte: R7.com.br